Etanol: Venda vai superar a de gasolina

* O etanol caminha para superar a gasolina nos postos de combustíveis até 2010.

A projeção da RC Consultores é que, dos 28 bilhões de litros de 2006, a demanda por gasolina deve recuar para 22 bilhões no período, enquanto a de álcool praticamente dobrará de 13 bilhões para 23 bilhões.

As premissas para a confirmação desse cenário incluem o aumento da frota de carros flex-fuel de 4 milhões de veículos para 10 milhões e o preço do álcool equivalendo, no mínimo, a 70% do cobrado pela gasolina.

A inversão se deve a um possível cenário de superprodução nacional de álcool, 50% maior que a atual, e de forte consumo nacional, mas de demanda externa ainda marcada por protecionismo.

"A exportação só deslancha mesmo a partir de 2015", prevê o economista Fábio Silveira, da RC Consultores.

A projeção, factível segundo Adriano Pires, do Centro Brasileiro de Infra-estrutura, pode não se realizar se a Petrobras não encontrar mercado para a "sobra" de gasolina e entrar nessa disputa. Mas se por um lado a concorrência é vantajosa para o consumidor, por outro os usineiros passarão por uma prova de fogo.

Desde junho, as usinas vendem o litro do álcool por cerca de R$ 0,58, próximo ao custo de produção de R$ 0,55, segundo a FCStone. Isso deve se estender pelo menos até 2008, estima o presidente da Usinas e Destilaria do Oeste Paulista (Udop), José Carlos Toledo.

"Mas um ajuste deve ocorrer antes de 2010."

(Gazeta Mercantil - Sinopse Radiobrás- 26/09/2007)

Brasil exportou até agosto 23% mais etanol que em igual período do ano passado. Foram 2,39 bilhões de litros, ante o 1,9 bilhão de litros em 2006

* Os embarques para os Estados Unidos aumentaram 5%, considerando vendas diretas e indiretas por meio do Caribe.

Mas o bom desempenho das exportações deve-se mesmo é à União Européia, que até agosto importou 70% mais que em todo o ano de 2006, segundo o Ministério da Agricultura.

Para o especialista em gerenciamento de risco da FCStone, Mário Silveira, a demanda européia reflete a alta dos preços mundiais do trigo, de 60% desde janeiro.

(Gazeta Mercantil - Sinopse Radiobrás)